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quarta-feira, 2 de abril de 2014

Hemofilia A

- Geralmente é de origem genética, mas pode ser adquirida. Não tem cura. Afetam o cromossomo X. O homem (XY) com hemofilia passa apenas para as filhas (XX), pois não transfere para o homem o cromossomo X e sim o cromossomo Y. As mulheres serão portadoras.
- Caracterizada pela diminuição ou ausência de determinados fatores de coagulação que resultam em hemorragias.
- Pode ser leve, moderada ou grave.
- HEMOFILIA do tipo A: é caracterizada pela deficiência ou ausência no fator VIII e consequentemente não haverá a cascata de coagulação inteira, sem produção de fibrina.
- SINTOMAS: Hemorragias sob forma de hematomas e hematrose (presença de sangue nas articulações sinoviais); Deformidade articular e limitações no movimento; Alterações musculares: contraturas (mão em garra, quando sangue atinge musculos); Hematúria, epistaxe, melena e sangramentos internos.
- TRATAMENTO: Infusão de plasma fresco congelado [PFC]; Infusão de crioprecipitado: único doador, feito a partir de PFC à 6ºC; Administração de fator VIII liofilizado de origem plasmática: pool de doadores de mesmo ABO; Administração de fator VIII sintético recombinante.
·         Pode haver complicações, com a produção de inibidores do FVIII, onde o organismo produzirá um Anticorpo AntiFVIII.
- DIAGNÓTICO: Na Hemofilia A o TS=normal; TP=normal; TTPa=aumentado; TT=normal.
·         O TS pode estar aumentado em caso doença de FVW, já que este exame avalia o mecanismo vaso-plaquetário.
·         Teste de Bethesda: analisa o plasma do individuo que após o tratamento voltou a ter hemorragia; O exame é feito com a analise do plasma, sendo 2 tipos, um tubo contendo o plasma do individuo normal e outo contendo o plasma do individuo com Hemofilia. Faz-se o TTPa; depois mistura-se os 2 plasmas e após 2h faz novamente o TTPa. Teremos o FVIII degradado pelo Anticorpo Antifator VIII.

Entomologia Forense

- É a aplicação do estudo da biologia de insetos e outros artrópodes em processos criminais.
- Quando o cadáver permanece insepulto e abandonado sobre o solo por razoável tem, nele se instalam pequenos animais, principalmente insetos. Denominamo-los de FAUNA CADAVÉRICA.
- O Estudo da fauna cadavérica pode ser importante para a cronotanatognose, pois o aparecimento de determinados insetos está relacionado ao tempo de morte.

Aplicação Médico-Legal

1-      Estimativa da causa da Morte;
2-      Verificação do IPM (Intervalo Post Mortem);
3-      Determinação da idade genética da vitima e de pessoas que estiveram com ela antes da Morte.

Espécies Mais Encontradas no Brasil

1-      Musciidae – Musca domestica: são as moscas domesticas. Chegam num intervalo de 0-3 horas post mortem. Tendo as fases de ovo-larva-pupa-adulto. São menores que as Calliphoridae e Sarcophagidae.




2-      Calliphoridae - Crysomia: chegam num intervalo de 7-48 horas post mortem. Tendo as fases de ovo-larva-pupa-adulto. As moscas da Calliphoridae são de cor azuladas e maiores que as Musciidae e menores que as Sarcophagidae.



3-      Sarcophagidae: possuem vários gêneros. Chegam num intervalo de 7 dias post mortem. Possuem as fases de ovo-larva-pupa-adulto. São moscas grandes de cor cinza escuro e o seu tórax apresentam 03 faixas longitudinais.

·  Para diferenciação dos sexos das moscas, analisamos a distancias entre os olhos. Sendo que machos os olhos são juntos. As fêmeas possuem os olhos separados.
- O tamanho das larvas indica sua “idade” e assim podemos presumir o IPM; essa idade é calculada de acordo com o seu tamanho em mm e o numero de segmento, qual, varia de espécie para espécie.
- É possível ainda analisar o sangue do individuo Post Morten através do conteúdo estomacal dos dípteros e larvas. É possível ainda verificar vestígios de drogas, medicamentos ou venenos.
- A presença/ingestão de drogas (como cocaína, heroína, anfetamina, etc.) retarda o desenvolvimento de larvas e de outros insetos necrófagos.

- Substancias como acetato de chumbo impede que a colonização de certos insetos Necrófagos ocorra, e, notando a sua ausência deixa claro a presença dessas substancias no individuo.

Modalidade de Morte e Necropsia

- Morte Natural: estado mórbido herdado ou resultante de uma perturbação congênita.
- Morte Violenta: ação externa como homicídio, suicídio e acidente.
- Morte Suspeita: se faz necessário esclarecer as circunstancias em que ocorreu

Entre Causa e Efeito

1- Morte súbita: efeito imediato
2- Morte mediata: sobrevive por algumas horas após a causa.
3- Morte agônica: sobrevive por dias, semanas ou meses, agonizando após a causa.

Asfixia - Diminuição do Oxigênio

- Causas:
1- Desequilíbrio de gases inesperados (incêndio e inalação de CO²)
2- Ambiente liquidam ao invés de gasoso - AFOGAMENTO
3- Ambiente sólido ao invés de gasoso - SOTERRAMENTO
4- Obstáculos mecânicos no aparelho respiratório:
a) na abertura aérea - SUFOCAÇÃO DIRETA;
b) Constrição externa do tubo respiratório, devido a laço acionado pelo peço da vitima - ENFORCAMENTO
C) Constrição externa do tubo respiratório, devido a laço acionado por força muscular - ESTRANGULAMENTO
d) Constrição externa do tubo respiratório, devido a ação da mão - ESGANADURA.

Necropsia

- É o procedimento medico que avalia alterações orgânicas que levaram à morte. São 3 tipo:
1-Necropsia médico-legal: em processos de morte em casos de violência ou duvidosos.
2-Verificação de óbito: em casos de morte não violenta de pessoas sem acompanhamento médico.
3-Necropsia hospitalar: em casos de morte de pacientes internados em decorrência de doenças. Realizada por patologistas.

- As técnicas de necropsia são:
· Exame macroscópico: observação à olho nu dos órgãos retirados.
· Exame microscópico: onde serão vistas as alterações à nível celular.
- O procedimento inteiro de necropsia pode levar cerca de 4 horas, desde a parte burocrática (identificação do cadáver e características fisionômicas, pesagem, etc.) até a necropsia de fato.
- A necropsia além de avaliar a causa da morte, também é usada para controle de qualidade do diagnóstico e tratamento; Fonte de informação para a secretaria da saúde (doenças frequentes e epidemias); Material de ensino para médicos residentes alunos e professores; Material para pesquisa cientifica.

Procedimentos da Necropsia

- Colocado sob o corpo um tijolo de borracha para levantar o tórax enquanto os braços e cabeça ficam para trás, facilitando a abertura do corpo.
- Abertura do corpo com uma incisão em Y.
- Corte nas laterais das duas costelas para expor os órgãos.
- Todos os órgãos são retirados, inspecionados 1 a 1 afim de verificar alguma anormalidade.
- Órgãos de interesse pericial (do medico legista) são retirados e dissecados, para melhor observação.
- O crânio é cortado na sagital, onde são retirados o cérebro e as meninges.

Após as analises todos os órgãos são colocados em seus respectivos lugares, faz-se a sutura, e lava o cadáver.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Proteínas usadas por vírus para infectar praga de lavouras de soja


Quase dez anos após o sequenciamento do genoma de um vírus que causa doenças em insetos, um grupo de pesquisadores identificou as proteínas produzidas por esse microrganismo, o Anticarsia gemmatalis múltiplo nucleopoliedrovírus (AgMNPV), em suas duas formas — ou fenótipos — assumidas durante o ciclo viral. A identificação dessas proteínas pode ajudar a complementar o entendimento que os pesquisadores tinham do vírus, pois revela quais dos seus genes estão realmente ativos. Além disso, entender os mecanismos pelos quais essas proteínas interagem com o organismo dos insetos infectados poderá auxiliar pesquisadores a desenvolver novas estratégias para o controle biológico da principal praga das culturas de soja no Brasil, a lagarta-da-soja, cujo nome científico, Anticarsia gemmatalis, é usado para denominar o vírus.

A capacidade de formar dois tipos de estruturas é rara e típica dessa família de vírus, os baculovírus. A primeira estrutura é responsável por manter o vírus no ambiente tempo suficiente para que seja ingerido pela lagarta. A partir daí, ele se desloca para o intestino do inseto e, dentro das células dessa região, produz a segunda forma capaz de infectar todos os tecidos do bicho. Essas características o tornam mais eficaz que outros vírus no ataque à lagarta-da-soja, de modo que, há anos, o AgMNPV tem sido usado em lavouras como um agente de controle biológico específico contra ela.

Por meio de diferentes tecnologias de espectrometria de massa, disponíveis no Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), em Campinas, São Paulo, o grupo, que inclui pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), do Departamento de Biologia Celular da Universidade de Brasília e do Laboratório de Virologia de Insetos da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, pôde identificar proteínas já conhecidas e também outras 13 proteínas inéditas, todas produzidas pelo vírus nas duas estruturas.

Cada proteína tem um papel específico, auxiliando o AgMNPV em cada etapa do processo de infecção. Segundo a bióloga Carla Torres Braconi, autora principal do estudo, cujos resultados foram publicados na edição de janeiro da revista Journal of General Virology, algumas das proteínas identificadas interferem na resposta celular da lagarta diante da infecção. Outras estão ligadas ao processo de metamorfose do inseto. “Essas proteínas forçam a lagarta a continuar no estágio de alimentação, impedindo-a de formar casulo e se transformar em borboleta”, conta. “Com isso, a lagarta acaba se expondo mais a predadores, como pássaros e insetos maiores”, explica Carla, que foi bolsista de doutorado da FAPESP sob orientação do virologista Paolo Zanotto, da USP.

Algumas proteínas desempenham um papel ainda mais estratégico. As chamadas antiapoptóticas anulam o mecanismo de morte programada das células infectadas. “Ao penetrar o organismo da lagarta, o baculovírus se instala nas células, que automaticamente acionam esse mecanismo de autodestruição”, explica a pesquisadora. “Mas o vírus carrega proteínas que desativam esse sistema.” A partir de então, ele pode se replicar livremente, completando seu ciclo viral. Essa infecção chega a tal ponto que qualquer atrito externo sobre a lagarta— como o impacto das gotas da chuva, por exemplo — é capaz de romper sua cutícula, a armadura que a envolve. A hospedeira, então, morre e o vírus volta a ser liberado no ar, onde permanece até ser ingerido por outra lagarta, repetindo o ciclo.

Fonte - Revista Pesquisa FAPESP

Trombose

- É a produção de um trombo devido a alguma alteração do processo de coagulação.
- A trombose pode ser formada por ganho ou perda de função. E podem ser também de 2 tipos:
·         Trombose Arterial (Quando há lesão do endotélio)
·         Trombose Venosa (Não há lesão, é causada por um desequilíbrio homeostático ou hidreletrolítico; TEP e TVP)
- Trombofilias: a causa das tromboses também podem ser desencadeadas por predisposição genética, adquiridas, após procedimentos cirúrgico, em gestantes.














Formação de trombo em veias. (Breve resumo de hemostasia com explicação de como se forma trombo plaquetário)

Trombose Por Ganho de Função

- Ocorre quando fatores responsáveis pela COAGULAÇÃO ganham funções. Aumentando assim os níveis de coagulação/ trombos.
·        Fator V de Leiden: é o FV alterado devido uma mutação. A alteração que sofrem é no sitio de ligação para Ptn C e S, dessa forma não conseguem ser inibidas pelas Ptn C e s, ou seja, tem aumento de FV na circulação, provendo coágulos.
·         Protrombina (Fator II): A protrombina tem uma mutação que a deixa mais "ativa", com fácil conversão em trombina (IIa), que por sua vez irá clivar fibrinogênio em fibrina dando origem ao coagulo de fibrina.
·   Hiperhomocisteínemia: é um aumento de homocisteína no sangue circulante. Esse aminoácido em grandes volumes na circulação acaba oxidando. A homocisteína oxidada [bem como quaisquer radicais livres] lesam o endotélio dos vasos, expondo o colágeno e dessa forma iniciando a coagulação.
·         Anticorpo Antifosfolipedes: é numa doença auto-imune (pode ser LES, artrite reumatóide), nessa doença são produzidos Ac contra os fosfolípides, que lesam o eptélio (exposição do colágeno e liberação de FIII) e ainda fazem complexos AgxAc que ativam os fatores de contato.

Trombose Por Perda de Função

- Ocorre quando fatores responsáveis pela ANTICOAGULAÇÃO perdem suas funções. Aumentando assim os níveis de coagulação.
·         Diminuição da Antitrombina III (ATIII): essa é a principal enzima da anticoagulação, onde se liga a trombina impedindo a formação do trombo. Caso ocorra a diminuição, a trombina age mais ativamente.
·      Diminuição da Proteína C e S: Uma das funções da Ptn C e S, além de estimular a liberação de t-PA, é promover a inibição dos Fatores V e VIII. Se o individuo possui uma diminuição de Ptn C e S, o t-PA não irá converter plasminogênio em plasmina (ação fibrinolítica), e os Fatores V e VIII ficarão aumentados na circulação, ou seja, formação de trombos.

Diagnóstico de Trombose

- São dosados no indivíduos as quantidades de α2AP; Ptn C e S; FV de Leiden; Dimeros-D; e de Ac antifosfolipedes.
·    A dosagem de Dimeros-D indicará que ouve muita degradação pela plasmina, indicando assim a formação de trombose/coágulos.
- Investigação: é feita 01 mês após a medicação (em casos de infarto por exemplo o paciente é medicado imediatamente para desobstruir os vasos), ou 03 meses após o evento; já que algumas substancias/remédios alteram os fatores de coagulação (em quantidade e função).
·     Heparina: liberada pelos mastócitos é um potencializados da ATIII. Num quadro trombótico (como infarto) a heparina é administrada via endovenosa; e depois via oral (demora alguns dias) e depois analisa o TP;
·     O Anticoagulante oral inibe os fatores vitamina K dependentes (II, VII, IX, X), pois compete com a vitamina K e dessa forma não ativa os fatores
·       TP (tempo de protrombina) É O PRINCIPAL EXAME DE TROMBOSE
AAS inibe COX, não produz assim TXa2, que é um agregante plaquetário. É recomendável que pessoas com quadros trombóticos façam uso diário de AAS.

Traumatologia Forense



- É o estudo das lesões traumáticas, causadas de forma violenta, com o intuito criminal ou até mesmo acidental.
- Esse estudo pode permitir distinguir se a lesão foi em legitima defesa, ou fora uma lesão dolosa ou culposa.
- O estudo das lesões contribui para a elucidação de casos em processos penais, e para a emissão de sentenças. Dessa forma é necessário analisar todas as lesões formadas e discriminar quais e como eram as lesões.
* Na avaliação de corpo de delito, é necessário que o médico legista examine e descreva o que encontrara na lesão e confronte com o que a vitima lhe informara. Ou seja, verificar se o relato da vitima confere com a lesão.
- A gravidade da lesão indica a intenção do agressor em colocar o agredido sob o risco de morte.
* É necessário avaliar se a lesão deixará sequelas, o que agravam a pena do agressor.
Antes de entrar nos tipos de traumas, resumo abaixo alguns conceitos de Medicina Legal.

Conceitos em Medicina Legal (ML)

1 - Vestígios: Marca ou rastro que algo ou alguém deixa por onde passa.
2 - Evidência: é o vestígio que tem correlação com o ato delituoso. (Ex.: buraco da bala, rastro do pneu no corpo, escoriação, etc.).
3 - Prova Técnica: é a evidência avaliada por método cientifico
4 - Corpo de Delito: a peça principal que sofreu a lesão, ou seja, quem ou o que sofreu o delito. (Ex.: vitima, corpo, etc.)
5 - Indício: conjunto de evidências que permitem formular uma história ou circunstância./ A própria história.
* São avaliados todos os danos feitos a vitima, e são julgados pelos mesmos. São julgados todos os danos, cortes, contusão, mutilação, etc. O criminoso é julgado e condenado pelas lesões causadas.

Gravidade da Lesão (Níveis)

- Leve: recuperação em até 30 dias e sem sequelas.
Ex.: um soco, um tapa no rosto, e pontapé, que não gera fraturas e nem afaste o individuo do seu trabalho.
- Grave: recuperação em até 6 meses e pode deixar sequelas temporárias.
Ex.: fraturas não exposta, nesse caso o individuo ficará afastado de suas atividades. E o agressor deve arcar com os custos médicos e também ocupacional.

- Gravíssima: gera sequelas irreversíveis causando a perda do órgão ou membro afetado. Ou ainda afetar sua função.
Ex.: Aborto provocado, atropelamento com mutilação de membro, inalação de substancias toxicas no trabalho (tolueno, radiação) que deixa sequelas pulmonares.
Numa agressão à gestante, onde acarrete no aceleramento do parto, com natimorto é considerada lesão corporal gravíssima; Se a aceleração de parto induz nascimento de criança viva lesão corporal grave; Se não houve aceleração de parto e se for resolvido em 30 dias lesão corporal leve.
O tempo de verificação é de 15 dias; se a lesão permanecer por mais de 15 dias pode indicar risco de sequelas permanentes e de ser assim examinada com maior destreza.

 Tipos de Laudo de Lesão Corporal (tempos)

- Prévio: realizado na primeira vez após a lesão.
- Evolutivo: Após 15 dias a vitima retorna ao IML para verificar o andamento/resolução da lesão.
·         A lesão pode estacionar, indicando maior gravidade da lesão, então o médico legista pede outros retornos até emitir o laudo definitivo.
- Definitivo: Laudo finalizado.
*Quando ocorrem lesões crânio encefálicas, alem de exames clínicos, são solicitados exames de imagem. E o paciente tem observação mais detalhada.
*70% do trabalho no IML são em pessoas vivas, e 30% em pessoas mortas.
*O Laudo deve conter todas as lesões traumáticas e detalhadas, com o tipo de lesão [cortante, contundente, etc.]; forma, profundidade e extensão [3D]; Predominâncias da lesão; Morfologia da lesão [aspecto da lesão e local, se circular, espiral, etc]; lesão fisiológica [perda de função de um órgão interno mas não aparente]; lesão mental [ex. pedofilias gera lesões psicológica]

Categorias de Lesão

- Forma passiva: o corpo vai de encontro ao objeto da lesão.
Ex.: Suicídio, trombadas, etc.
- Forma ativa: o corpo recebe o objeto da lesão.
Ex.: Facadas, tiro, etc.

Agentes da Lesão

São os métodos, equipamentos ou substancias capazes de provocar lesões. Sendo estes:

Agentes Biológicos
Podem causar lesão (infecção, inflamação, por exemplo).
Por bactérias, fungos, vírus, protozoário, etc.

Agentes Químicos 
Ácidos Fortes e/ou Bases Fortes.
- Podem gerar envenenamento
- Agentes químicos sólidos, líquidos e gasosos.
- asfixia por inalação de gases, o gás liga-se covalentemente com a Hb, impedindo que esta se ligue ao O², dessa forma o individuo não consegue levar o gás O² aos tecidos, gerando asfixia, hipóxia.
- A asfixia por gás butano (de cozinha) é muito comum, e também muito perigoso, ele se liga a Hb de forma covalente.
* Vitriolagem: queimadura por Ácido Sulfúrico.

Agentes Físicos 
- Causadas por calor, frio e eletricidade.
Calor Seco ou Úmido e Frio
- Geram queimaduras, que lesam a pele. Para queimaduras, existem 4 graus, são eles:
•1º Grau: Gera eritema (vermelhidão).•2º Grau: Gera flictemas (a epiderme descola da derme, formando bolhas devido ao extravasamento de líquidos intersticial).•3º Grau: Gera escaras (perda da pele)•4º Grau: É a carbonização, podendo chegar até os ossos.# Calor e frio geram lesões parecidas até o 3º grau. Apenas o calor seco ou úmido geram a carbonização.# Quando há uma queimadura de 4º grau, levando a carbonização, a partir do momento que começa a queimar nervos periféricos, o individuo começa a se retrair, com punhos cerrados, pernas e braços retraídos e curvados, e a cabeça para trás.
Eletricidade
- A queimadura por eletricidade varia o nome de acordo da natureza da eletricidade.
- Se for provenientes de Choques Naturais (raios) tem-se:
•Fulguração: Se o individuo permanecer vivo.•Fulminação: Se o individuo morrer.- Se for provenientes de Choques Elétricos (tomadas) tem-se:•Eletroplessão: Se o individuo permanecer vivo.•Eletrocussão: Leva o individuo à óbito.# Na queimadura por eletricidade, a condução da eletricidade é conduzida pelos neurônios (neuro condução), gerando faíscas que queimam o individuo de dentro para fora. As vísceras ficam cozidas. É comum sair fumaça da barriga e cabeça devido a cozedura das vísceras e tecidos moles.
Agentes Mecânicos
- É importante observar a lesão e estimar qual objeto poderia ter provocado, pois contribui para a investigação do crime. A forma da lesão entrega o objeto da lesão.
- É analisado o orifício e o tamanho da lesão (3D) para identificar a arma agressora.
- Podem causar lesão por utiliza-se de pressão, força e velocidade para provocar a lesão. Sendo divididos em:
Contundentes
(Arma Branca)
- Ex.: Soco inglês, pedra, soco, chute.
·         Se o soco inglês for desferido contra a cabeça pode provocar óbito (traumatismo e hemorragia)
- Provocam a ruptura dos vasos (sangue ou linfa) gerando o acumulo de liquido no local atingido, sem cortes ou perfurações, não haverá nada além do hematoma ou equimose e edema.
- Lesão contundente: escoriações (caso sejam varias escoriações paralelas, espessura e profundidade, podemos definir como sendo arranhões por garras ou unhas); equimose (quando alcançam até o músculo); hematoma (quando atingem o músculo e pode atingir até órgãos mais profundos); contusões profundas; bossa sanguínea (galo/sangue acumulado); luxação; fratura [é descontinuidade de tecido ósseo, podendo ser exposta (interna ou externa) ou não exposta (o osso continua no eixo, mas houve descontinuidade óssea)].
Hematoma possui grande extensão já que o epicentro da lesão atingiu maior profundidade; já equimose tem extensão menor.
Após cirurgias estéticas ou não profundas, são geradas equimoses, porem estas com uma grande extensão.
Equimoses equiparadas à digitais são indícios de agressões domésticas
- Cor e Cronologia da Equimose:
·Vermelho escuro: após a lesão; Isso ocorre por que o sangue é oxidado devido acumulo de Hb.·Negro ou arroxeado: 2-3 dias após lesão·Azul: 3-6 dia após a lesão·Verde: 6-10 dias após a lesão·Verde amarelado: 10-15 dias após a lesão·Amarelada: 16-20 dias após a lesão# A coloração irá diminuindo devido a ação do sistema imune e fagocítico.

(Arma Branca)
- São Objetos que possuem ponta.
- Ex.: Compasso, tesoura, agulha, caco de vidro, estaca, flechas, etc.
- Nas lesões provocadas por objetos perfurantes são analisadas os orifício [diâmetro] e o tamanho da lesão, a profundidade é mais difícil de estimar.
- A ferida perfurante pode ser de 3 tipos:
·Tangencial: de raspão, sem entrar no corpo.
·Fixante: o objeto é introduzido e fica preso ao corpo.
·Transfixante: o objeto perfurante atravessa o corpo.

(Arma Branca)
- São objetos que possuem ao menos uma lâmina
- Ex.: Faca, espada, cacos de vidros
- As lesões possuem as extremidades mais finas e a parte mediana mais larga.
- Quando ocorre uma Lesão Cortante Profunda no PESCOÇO há 3 tipos de lesões:
·Esgorjamento: Corte na região anterior
·Degola: Corte na região posterior
·Decapitação: Corte completo (a cabeça separa-se do corpo).
Corto Contundentes
(Arma Branca)
- São objetos de corte com pressão
- Ex.: Machadinha, facão, inchada, etc.
- A lesão é um corte com pressão, e nem sempre o objeto utilizado para infringir a lesão é um objeto usual. Pode-se usar a boca, os dentes (em casos de crimes sexuais, por exemplo).
- As bordas da lesão não necessariamente estarão regulares, depende do tipo de lâmina usada.
- São encontrados 02 tipos de feridas:
·Mutilante: a contusão tira um pedaço completamente.
·Com retalho: a lesão provocada fica "pendurada", não é totalmente retirada.
Perfuro cortantes
(Arma Branca)
- Quando o objeto possui lâmina e ponta, e ambos são utilizados para infringir a lesão.
- Ex.: faca, espada, etc.
- A lesão apresenta uma perfuração e um deslizamento da lâmina. A extremidade é mais fina que a região inicial, que se apresentam mais larga;
- As extremidades podem ou não estarem irregulares, depende do objeto usado para ferir.
- Geralmente fica visível a lesão (parte inicial) o objeto que provocou a lesão.
 Perfuro contundentes
(Projéteis de arma de fogo)
- Projétil (bala inteira); Cartucho/estojo (capsula sem pólvora); Conjunto de projéteis é a munição.
- O projétil é formado por um projétil, estojo, e dentro do estojo há microesferas de chumbo e partículas de pólvora. Quando aperta o gatilho, ocorre uma "explosão" pequena, que provoca o disparo do projétil para frente, deixando o estojo, que será lançado para o lado direito.
- Após o disparo, a explosão faz com que a pólvora fique “grudada” nos poros na região das mãos e no rosto, por um período de até 24hs, mesmo que se lave. Por isso é possível fazer o exame RESIDUOGRAFICO [espécie de gel que quando em contato com pólvora fica na coloração acinzentada].
- A lesão, se for de tangencial, prova ser por arma de fogo a presença de queimadura, pois quando a arma é dispara, há uma pequena explosão junto ao projétil.
- O orifício da lesão de entrada ou saída deixa a borda da lesão diferente. Variando de acordo com a distância do disparo. Mas geralmente fica:
·Orifício de Entrada: com borda invertida (para dentro)
·Orifício de Saída: com borda evertida (para fora)
- A força do impacto é variável de acordo com a energia da arma. Sendo os de baixa energia - armas como revolver, 9mm; e os de alta energia - como as metralhadora, bazuca, 12, e HK.
·Quando um individuo é alvejado, primeiramente ele sente o calor do disparo e depois que sente a dor.
- Linha do projétil: os projéteis podem se fragmentar e provocar lesões maiores; mas com o local de entrada e saída e possível traçar a direção de onde veio a bala e a altura do atirador;
- Trajetória do tiro: é necessário saber (analisando os orifícios de entrada e de saída) para assim poder retirar os fragmentos do projétil; em alguns casos, se não for possível tirar o projétil, deixa no organismo, mas é interessante monitorá-lo, para evitar que ele se mova e vá parar em outro órgão e provoque mais dano.
- Projétil dum dum: quando colide com o corpo ele explode, e dentro do organismo ele vai explodindo e provocando mais dano.
- O disparo a curta distancia, deixa borda de entrada na pela nua a aparência de queimadura conhecida como Zona de Tatuagem; Se for em tecido, os fragmentos do tecido entram no corpo e aparece queimadura abaixo do tecido da roupa.

·Zona de Tatuagem: devido a microesferas de chumbo, que queimam a pele ao redor do orifício de entrada. Ficam impressas como uma tatuagem, em virtude do disparo à curta distância  na pele nua. 

·Zona de Esfumaçamento: num tiro de curta distancia na pela nua, a pólvora lançada fica impregnada na pele, deixando a área num tom cinza escuro.
·Num tiro na cabeça à curta distancia, o orifício de saída geralmente fica com borda evertida e estrelada.