Nematelmintos Intestinais - Strongyloides stercoralis
Começando o blog!!
Bom, como estava estudando para parasitologia, resolvi postar uma dos helmintos qual achei muito interessante, pois não necessitam do macho para produção de ovos, uma condição rara aos helmintos. Espero que gostem.
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- São do filo nematoda,
sendo assim, cilíndricos, e não segmentados.
- Doença causada é
estrongiloidose.
- Habitat deles são
criptas da mucosa duodenal e porção superior do jejuno.
- Parasita Monoxeno
Morfologia
- Larvas rabditóides,
filarióides, macho e fêmea de vida livre e fêmea partenogenética.
- Fêmea Partenogenética: são provenientes da larva 3n, e pode
produzir ovos 3n, 2n e n. Possuem cuticula fina e translucida.
Boca
com 3 lábios e esôfago filarióide (linear).
Não
apresentam receptáculo seminal. A vulva está localizada no terço posterior do
corpo; Eliminam de 30-40 ovos larvados por dia (viviperas).
É
maior que a fêmea de vida livre.
- Fêmea de Vida Livre: Cutícula fina e transparentes são provenientes
de larvas 2n.
·
Boca
com 3 lábios, esôfago bulbar (rabditóide). E calda filiforme.
·
Apresentam
receptácula seminal. A vulva está localizada proximo ao meio do corpo.
- Macho de Vida Livre: são provenientes de 1n.
Boca
com 3 lábios e esôfago bulbar (rabditóide), seguido de intestino terminado em
cloaca. Calda um pouco caracol.
Apresenta
espiculos auxiliadores na cópula.
- Formas Adultas: vivem no solo ou no esterco, e sobrevivem de 4-5
semanas no ambientes alimentando-se de matérias orgânicas.
LARVA FILARIÓIDE (infectante): possui calda entalhada.
(Esofago filarioide)
LARVA RABDITÓIDE: Esôfago bulbar. Possui vestibulo
bucal pequeno e primórdio genital desenvolvido, o que nos permite diferencia da
larva de Ancylostoma duodenale, qual possui vestibulo bucal grande e primódio
denital menos desenvolvido.
Ciclo de Vida
- Reprodução via fêmea
partenogenética: partenogênese; Ou através de macho e fêmea de vida livre.
- Vão de L1-L5. Sendo a
Larva 3n filarióide sua forma infectante.
- A fêmea no intestino
dá origem à 03 tipos de larvas rabditóide. Sendo estas 1n (n), 2n e 3n.
- Se for 3n não
necessita maturar no ambiente, torna-se filarióide no intestino mesmo. Onde
penetram a mucosa intestinal e migram para o pulmão (passando por sangue,
figado e coração), onde no pulmão tornam-se L4; São deglutidas e tornam-se L5
com maturação para a fêmea partengenética, que produzirá larvas n, 2n, e 3n
- Os demais tipos de
larva necessitam de tempo de vida livre no ambiente, onde 1n torna-se o macho e
o 2n torna-se a fêmea; durante esse tempo de vida livre ocorre a cópula e
póstula de ovos com larva 3n (sempre póstula de 3n) resistem no ambiente por
até 3 dias para realizarem a cópula; onde após 3 dias tornam-se filarióides; e
por penetração ativa infecta um hospedeiro. Ficam vivas por até 4 semanas no
ambiente.
- A eliminação de
larvas rabditóides nas fezes do hospedeiro pode realizar dois ciclos.
·
Direto: Realizado pela eliminação de larvas
rabditóides 3n que darão origem à fêmeas partenogenéticas no hospedeiro. Que em
3 dias diferenciam-se em filarióides e promovem penetração ativa na pele,
mucosa oral esofágica ou gastrica (andam +/- 10cm por hora). Atingem a
circulação, chegando ao coração e pulmões. Onde no pulmão tornam-se L4; São
deglutidas e tornam-se L5 com maturação para a fêmea partengenética, que
produzirá larvas n, 2n, e 3n que serão eliminados nas fezes.
·
Indireto:
Realizado pelas larvas rabditóides 2n e 1n que darão origem a fêmeas e machos
de vida livre respectivamente.
- Não necessariamente
as larvas de Stongyloides são
geohelmintos.
·
Fêmeas
mais velhas tem a eclosão dos ovos ainda no interior de seu utero, liberando
assim direto a larva no ambiente. (VIVIPARAS).
Transmissão
- Podem infectar homem,
cão, gato e macaco (mamíferos).
- Via de transmissão
ativa
- Hetero ou
primoinfecção: Penetração ativa na pele ou mucosa
- Autoinfecção externa:
Larvas rabditoides na região perianal diferenciam-se em filarióides e invadem a
mucosa iniciando novo ciclo.
- Auto-infecção
interna: Transformação da larva rabditoide para filarióide ainda no intestino
do hospedeiro. Ex.: paciente com constipação e retardo na eliminação do
material fecal.
·
Auto-Infecção
apenas no ciclo direto. Através de 3n.
Patogenia
- Podem ser
assintomáticos ou sintomáticos, dependendo da carga parasitária. As principais
ações: Mecânica; Traumática; Irritativa;
Tóxica; Antigênica.
- Cutânea: no ponto de penetração da larva, ocorre um prurido e
eritema (vermelhidão).
- Pulmonar: tosse, febre, quadro inflamatórios, alergias e pneumonias (por ação de bactérias oportunistas).
- Intestinal: enterite catarral (inflamação com aumento na secreção
de mucina - gera diarreias cheias de muco); Enterite edematosa (diminui a capacidade
de absorção intestinal, pois há o aparecimento de relevo mucoso); Enterite
ulcerosa (gera ulcerações intestinais, redução do peristaltismo facilitando a
infiltração de bactérias. ainda ocorrem diarreias, náuseas e vomito.)
·
Quadros
de choque hipovolemicos, desidratação e emagrecimento também estão associados.
- Disseminadas: Podem atingir outros órgão para qual não tem tropismo
direto, como rins, coração, cerebro, pâncreas, adrenais, linfonodos, tireóide,
prostata, etc.
·
Geram
quadros de infecção bacteriana, por ação de bacterias oportunistas.
·
Em
pacientes IMUNODEFICIENTES e usuários de CORTICÓIDES, pode ocorrer
sintomatologia mais severa. Pois os corticóides geram metabólitos semelhantes à
HIDROXIECDISONA (corticoide é análogo a este hormônio de crescimento das
larvas), que ajuda a maturar mais rapidamente as larvas rabditóides, cerca de
6h já se tornam filarióides, porem com sobrevida de 2 dias.
Sistema Imune
- Estimulam as resposta
imune célula T dependente e independente
- Célula T dependente: com padrão Th2 (humoral) e Liberação de
citocinas: IL3,4,5,6,10 e 13, que estimularão basófilos, eosinófilos e LB a
secretar Ac.
- Célula T independente: Antígenos da fase larval estimulam via
clássica e via alternativa do complemento; Ainda a liberação de TNF alfa e IL1
por macrófagos estimulam a liberação da secreção de muco, facilitando desta forma
a sua eliminação através nas fezes.
Diagnóstico
- Liberação de larvas
nas fezes é irregular;
- Utilização de 3 a 5
amostras colhidas em dias alternados. Com pesquisa de larvas em fezes sem
conservantes usando o método de Rugai (termo tropismo - as larvas migram para o
local mais quente).
- Elisa (podem dar
reações cruzadas com Ancylostoma e Ascaris); Western blotting; Biópsia
intestinal; Endoscopia digestiva.
- Ainda há um
diagnóstico diferencial, qual permite distinguir larvas rabditóides e
filarioides de Ancylostoma e de Strongyloides.
·
Larva
Rabditoide de ancilostomídeo: vestíbulo bucal longo e primórdio genital rudimentar (pequeno)
·
Larva
Rabditoide de Strongyloides stercoralis: vestíbulo bucal pequeno e primórdio genital robusto (grande)
·
Larva
Filaridoide de ancilostomídeo:
bainha e calda pontiaguda.
·
Larva
Filarioide de Strongylodes stercoralis: ausência de bainha e calda bifurcada; esôfago longo e filiforme após o anel.
Epidemiologia
- Distribuição mundial
heterogênea
- Nos países desenvolvidos, a infecção prevalece em trabalhadores rurais e agricultores.
- Fatores
epidemiológicos: Contaminação do solo com fezes; Temperatura entre 25 a 35°C;
Solo arenoso, úmido, rico em matéria orgânica e com ausência de luz direta.
Profilaxia e Tratamento
- Tratamento dos
indivíduos parasitados; Uso de calçados; Higiene alimentar; Higiene pessoal;
Cuidado com contaminação do solo.
- Para tratamento os
medicamentos atuam sobre as fêmeas partenogenéticas e larvas por elas
liberadas;
- Nos casos de
constipação intestinal, associar um laxativo para impedir a evolução das larvas
rabditóides e causar uma autoinfecção interna.
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