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segunda-feira, 31 de março de 2014

Nematelmintos Intestinais - Strongyloides stercoralis

Começando o blog!!

Bom, como estava estudando para parasitologia, resolvi postar uma dos helmintos qual achei muito interessante, pois não necessitam do macho para produção de ovos, uma condição rara aos helmintos. Espero que gostem.
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- São do filo nematoda, sendo assim, cilíndricos, e não segmentados.
- Doença causada é estrongiloidose.
- Habitat deles são criptas da mucosa duodenal e porção superior do jejuno.
- Parasita Monoxeno

Morfologia

- Larvas rabditóides, filarióides, macho e fêmea de vida livre e fêmea partenogenética.
- Fêmea Partenogenética: são provenientes da larva 3n, e pode produzir ovos 3n, 2n e n. Possuem cuticula fina e translucida. 
Boca com 3 lábios e esôfago filarióide (linear).
Não apresentam receptáculo seminal. A vulva está localizada no terço posterior do corpo; Eliminam de 30-40 ovos larvados por dia (viviperas).
É maior que a fêmea de vida livre.
- Fêmea de Vida Livre: Cutícula fina e transparentes são provenientes de larvas 2n.
·         Boca com 3 lábios, esôfago bulbar (rabditóide). E calda filiforme.
·         Apresentam receptácula seminal. A vulva está localizada proximo ao meio do corpo.
- Macho de Vida Livre: são provenientes de 1n.
Boca com 3 lábios e esôfago bulbar (rabditóide), seguido de intestino terminado em cloaca.  Calda um pouco caracol.
Apresenta espiculos auxiliadores na cópula.
- Formas Adultas: vivem no solo ou no esterco, e sobrevivem de 4-5 semanas no ambientes alimentando-se de matérias orgânicas. 
LARVA FILARIÓIDE (infectante): possui calda entalhada. (Esofago filarioide)
LARVA RABDITÓIDE: Esôfago bulbar. Possui vestibulo bucal pequeno e primórdio genital desenvolvido, o que nos permite diferencia da larva de Ancylostoma duodenale, qual possui vestibulo bucal grande e primódio denital menos desenvolvido.

Ciclo de Vida

- Reprodução via fêmea partenogenética: partenogênese; Ou através de macho e fêmea de vida livre.
- Vão de L1-L5. Sendo a Larva 3n filarióide sua forma infectante.
- A fêmea no intestino dá origem à 03 tipos de larvas rabditóide. Sendo estas 1n (n), 2n e 3n.
- Se for 3n não necessita maturar no ambiente, torna-se filarióide no intestino mesmo. Onde penetram a mucosa intestinal e migram para o pulmão (passando por sangue, figado e coração), onde no pulmão tornam-se L4; São deglutidas e tornam-se L5 com maturação para a fêmea partengenética, que produzirá larvas n, 2n, e 3n
- Os demais tipos de larva necessitam de tempo de vida livre no ambiente, onde 1n torna-se o macho e o 2n torna-se a fêmea; durante esse tempo de vida livre ocorre a cópula e póstula de ovos com larva 3n (sempre póstula de 3n) resistem no ambiente por até 3 dias para realizarem a cópula; onde após 3 dias tornam-se filarióides; e por penetração ativa infecta um hospedeiro. Ficam vivas por até 4 semanas no ambiente.
- A eliminação de larvas rabditóides nas fezes do hospedeiro pode realizar dois ciclos.
·         Direto: Realizado pela eliminação de larvas rabditóides 3n que darão origem à fêmeas partenogenéticas no hospedeiro. Que em 3 dias diferenciam-se em filarióides e promovem penetração ativa na pele, mucosa oral esofágica ou gastrica (andam +/- 10cm por hora). Atingem a circulação, chegando ao coração e pulmões. Onde no pulmão tornam-se L4; São deglutidas e tornam-se L5 com maturação para a fêmea partengenética, que produzirá larvas n, 2n, e 3n que serão eliminados nas fezes.
·         Indireto: Realizado pelas larvas rabditóides 2n e 1n que darão origem a fêmeas e machos de vida livre respectivamente.
- Não necessariamente as larvas de Stongyloides são geohelmintos.
·         Fêmeas mais velhas tem a eclosão dos ovos ainda no interior de seu utero, liberando assim direto a larva no ambiente. (VIVIPARAS).

Transmissão

- Podem infectar homem, cão, gato e macaco (mamíferos).
- Via de transmissão ativa
- Hetero ou primoinfecção: Penetração ativa na pele ou mucosa
- Autoinfecção externa: Larvas rabditoides na região perianal diferenciam-se em filarióides e invadem a mucosa iniciando novo ciclo.
- Auto-infecção interna: Transformação da larva rabditoide para filarióide ainda no intestino do hospedeiro. Ex.: paciente com constipação e retardo na eliminação do material fecal.
·         Auto-Infecção apenas no ciclo direto. Através de 3n.

Patogenia

- Podem ser assintomáticos ou sintomáticos, dependendo da carga parasitária. As principais ações: Mecânica; Traumática; Irritativa;  Tóxica; Antigênica.
- Cutânea: no ponto de penetração da larva, ocorre um prurido e eritema (vermelhidão).
Pulmonar: tosse, febre, quadro inflamatórios, alergias e pneumonias (por ação de bactérias oportunistas).
- Intestinal: enterite catarral (inflamação com aumento na secreção de mucina - gera diarreias cheias de muco); Enterite edematosa (diminui a capacidade de absorção intestinal, pois há o aparecimento de relevo mucoso); Enterite ulcerosa (gera ulcerações intestinais, redução do peristaltismo facilitando a infiltração de bactérias. ainda ocorrem diarreias, náuseas e vomito.)
·         Quadros de choque hipovolemicos, desidratação e emagrecimento também estão associados.
- Disseminadas: Podem atingir outros órgão para qual não tem tropismo direto, como rins, coração, cerebro, pâncreas, adrenais, linfonodos, tireóide, prostata, etc.
·         Geram quadros de infecção bacteriana, por ação de bacterias oportunistas.
·         Em pacientes IMUNODEFICIENTES e usuários de CORTICÓIDES, pode ocorrer sintomatologia mais severa. Pois os corticóides geram metabólitos semelhantes à HIDROXIECDISONA (corticoide é análogo a este hormônio de crescimento das larvas), que ajuda a maturar mais rapidamente as larvas rabditóides, cerca de 6h já se tornam filarióides, porem com sobrevida de 2 dias.
Sistema Imune
- Estimulam as resposta imune célula T dependente e independente
- Célula T dependente: com padrão Th2 (humoral) e Liberação de citocinas: IL3,4,5,6,10 e 13, que estimularão basófilos, eosinófilos e LB a secretar Ac.
- Célula T independente: Antígenos da fase larval estimulam via clássica e via alternativa do complemento; Ainda a liberação de TNF alfa e IL1 por macrófagos estimulam a liberação da secreção de muco, facilitando desta forma a sua eliminação através nas fezes.

Diagnóstico

- Liberação de larvas nas fezes é irregular;
- Utilização de 3 a 5 amostras colhidas em dias alternados. Com pesquisa de larvas em fezes sem conservantes usando o método de Rugai (termo tropismo - as larvas migram para o local mais quente).
- Elisa (podem dar reações cruzadas com Ancylostoma e Ascaris); Western blotting; Biópsia intestinal; Endoscopia digestiva.
- Ainda há um diagnóstico diferencial, qual permite distinguir larvas rabditóides e filarioides de Ancylostoma e de Strongyloides.
·         Larva Rabditoide de ancilostomídeo: vestíbulo bucal longo e primórdio genital rudimentar (pequeno)
·         Larva Rabditoide de Strongyloides stercoralis: vestíbulo bucal pequeno e primórdio genital robusto (grande)
·         Larva Filaridoide de ancilostomídeo: bainha e calda pontiaguda.
·         Larva Filarioide de Strongylodes stercoralis: ausência de bainha e calda bifurcada; esôfago longo e filiforme após o anel.

Epidemiologia

- Distribuição mundial heterogênea
- Nos países desenvolvidos, a infecção prevalece em trabalhadores rurais e agricultores.
- Fatores epidemiológicos: Contaminação do solo com fezes; Temperatura entre 25 a 35°C; Solo arenoso, úmido, rico em matéria orgânica e com ausência de luz direta.

Profilaxia e Tratamento

- Tratamento dos indivíduos parasitados; Uso de calçados; Higiene alimentar; Higiene pessoal; Cuidado com contaminação do solo.
- Para tratamento os medicamentos atuam sobre as fêmeas partenogenéticas e larvas por elas liberadas;
- Nos casos de constipação intestinal, associar um laxativo para impedir a evolução das larvas rabditóides e causar uma autoinfecção interna.

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